sexta-feira, 8 de abril de 2011

experiência

Eu já dei risada até a barriga doer,
já nadei até perder o fôlego,
já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado.
Já fiz cosquinha na minha melhor amiga só pra ela parar de chorar,
já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto,
já conversei com o espelho
e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já fiz confissões num quarto escuro pro melhor amigo.
Já confundi sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de brigadeiro,
já me cortei fazendo a barba apressado,
já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas,
mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas,
já subi em árvore pra roubar fruta,
já caí da escada de bunda.
Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia.
Já fiz juras eternas,
já escrevi no muro da escola,
já chorei sentado no chão do banheiro,
já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas.
Já corri pra não deixar alguém chorando,
já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado,
já me joguei na piscina sem vontade de voltar,
já bebi vodka até sentir dormentes os meus lábios,
já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro,
já tremi de nervoso,
já quase morri de amor,
mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei corrida descalço na rua,
já nadei pelado,
já gritei de felicidade,
já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre,
mas sempre era um "para sempre" pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol,
já chorei por ver amigos partindo,
mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas,
momentos fotografados pelas lentes da emoção,
guardados num baú chamado coração.
E agora um formulário me interroga,
me encosta na parede e grita:
- "Qual sua experiência?"
Essa pergunta ecoa no meu cérebro:
"experiência... experiência..."
Experiência?
Quando tudo está sempre se renovando?
Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência?
Não!!! Talvez não saibam ainda colher sonhos!


texto de um candidato para uma entrevista de emprego
autor desconhecido

domingo, 3 de abril de 2011

eu

Estou resgatando valores,
mudando atitudes.
Falando menos; agindo mais.
Chegou a um ponto em que eu não podia ficar engolindo as coisas.
Cansei de passar por cima de mim para agradar.
Parei de guardar sentimentos,
sofrer sozinho,
ser delicado quando as pessoas só sabem foder;
Gentileza não é Obrigação!
mas é uma pena que as pessoas não se toquem nisso.
Parei de chorar mágoas já curadas,
parei de exigir das pessoas.
Estou mais egoísta.
Um pouco mais decidido
e menos hipócrita.
Passei a me conhecer:
limites, aceitações.
Até soco eu já dei.
Faz parte do meu aprendizado e
sou muito grato as pessoas que estão comigo.
Estou feliz de verdade!
Descarto pessoas, amores e amizades.
Tudo passa!
Subsistência!
Agora prezo pelo simples, pelo discreto, pelo objetivo.
Descobri que para ser feliz basta olhar para si mesmo.